Bem - Vindos
O Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis é um programa de bolsas de monitoria da Pró-Reitoria de Graduação da UFC que tem como principal objetivo colaborar para o aumento da taxa de conclusão nos cursos de graduação da UFC.
A principal estratégia utilizada é a difusão de Células Estudantis - grupos de estudo que utilizam a metodologia de Aprendizagem Cooperativa.
A principal estratégia utilizada é a difusão de Células Estudantis - grupos de estudo que utilizam a metodologia de Aprendizagem Cooperativa.
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- História de sucesso de um ex-bolsista da COFAC
Postado por : Unknown
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
No dia 9 de setembro de 2011, o jornal Diário do Nordeste fez uma matéria interessante sobre "Chorinho na Escola", no qual um ex-bolsista faz parte, acompanhe a seguir a reportagem feita.
Integrantes do Quinteto Maturi vão percorrer escolas do município tocando música de qualidade FRANCISCO VIANA |
Começa, hoje, no colégio Professora Fernanda Maria de Alencar Colares, na Lagoa Redonda, o projeto "Chorinho na Escola". O evento cultural, que pretende levar para os alunos dos colégios municipais entretenimento e música, já agenda outros estabelecimentos de ensino nas próximas sextas-feiras de setembro: dia 16, na Santa Maria, 23, Nossa Senhora de Fátima e, 30, no Monteiro Lobato.
O "Chorinho na Escola" é uma contrapartida oferecida pelo projeto intitulado "Fortaleza: Terra da Música - Terra do Choro", premiado na categoria de Manutenção de Grupos Musicais, no III Edital de Concurso Público Prêmio de Música 2010, da Secultfor. A iniciativa e apoiada pela Secretaria Municipal de Educação (SME).
Ideia
Patrick Mesquita é o idealizador do projeto "Chorinho na Escola". Ele é flautista do regional Quinteto Maturi, pesquisador, e professor graduado em Pedagogia e Música. Atualmente está cursando o Mestrado em Educação Brasileira pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"Dentre as habilidades apreendidas no grupo de estudo durante a graduação, destaco o ´protagonismo´ e o ´empoderamento estudantil´, além de conceitos como ´capital social´, ´formação de equipes´, e ´como transformar ideias em projetos´. Portanto, por ser apreciador da música instrumental brasileira e por querer me tornar um flautista chorão, acabei aprendendo essa linguagem musical e logo estava compartilhando minhas experiências com os estudantes recém ingressos no curso", diz ele, explicando como teve a ideia de inscrever o projeto no edital da Prefeitura.
Atuando como professor e instrumentista, Patrick Mesquita avalia que, unindo o útil ao agradável, colocava em prática as teorias dos principais pedagogos musicais que estava estudando, legitimando a sua própria prática como facilitador das células de estudo e como um futuro educador musical. "Acontece que os quatro anos da graduação se passaram e a bolsa acabou, mas o grupo não. Os estudantes continuaram com a ideia do grupo de estudos, e eu acabei formando o meu próprio regional. A semente fora plantada".
Foi então que o flautista resolveu montar seu grupo, o Quinteto Maturi, que ainda se encontrava na ativa. "Eu me apresentava em eventos acadêmicos e em alguns bares e restaurantes da Capital e ajudando a nossa renda financeira. Quando soube que estava aberto o III Edital de Concurso Público Prêmio de Música da Secultfor, escrevi um projeto que tivesse o mesmo impacto, ou que, pelo menos, fosse um pouco parecido com o que fora desenvolvido outrora na Universidade. Fiquei muito feliz quando fui surpreendido com a ligação de uma colega do curso, que também fora contemplada no edital, dizendo que o meu projeto havia sido aprovado. Recebi os recursos financeiros e agora estou pondo em prática gratuitamente o que eu aprendi na faculdade de música da UFC do mesmo modo, gratuitamente".
Objetivos
Pondo em prática o projeto "Chorinho da Escola", o instrumentista cearense vislumbra conquistas e opções culturais em seu trabalho. "O meu objetivo, além de levar música para o ambiente escolar cumprindo minha missão, é, acima de tudo, dar oportunidade aos jovens de se defenderem um pouco dessa indústria massificante e que enxerta essa mercadoria musical pobre e efêmera que atualmente domina e envenena a cabeça e os ouvidos dos jovens e da população como um todo. Quero apresentar um outro produto. Um produto autenticamente brasileiro e pouco difundido, apesar de ser possível de se encontrar m nossa cidade em locais específicos de divulgação da boa música".
Patrick Mesquita também pretende divulgar em sua proposta artística, os locais que dedicam espaço ao choro em Fortaleza. Ele diz que vai mostrar pra "galerinha jovem" que se toca chorinho em diversas partes da cidade e que os educadores musicais, de algum modo, já estão entrando nas escolas. "Quero despertar novos músicos, assim como fui despertado em ocasião e local muito semelhantes", diz.
Repertório
No contato com os estudantes, Patrick Mesquita, Jair Dantas, Agenor Pereira, Alisson Félix e Filipe Garcia, além de conversarem bastante, também tocarão seus instrumentos. "Executaremos grandes clássicos da música instrumental, como ´Carinhoso´ e ´Brasileirinho´", revela Patrick Mesquita.
Além de criações de compositores consagrados na música popular brasileira, o Quinteto Maturi também mostrará criações de artistas que residem em Fortaleza. "Além dos clássicos do choro, também vamos tocar e um choro do cavaquinista Dimarange José Moraes, o Didi, marido da maestrina Izaíra Silvino, uma das grandes responsáveis pela criação do curso de música da UFC, de coralistas, regentes, instrumentistas e grandes agentes de difusão da educação musical em Fortaleza".
Seleção dos colégios
Patrick Mesquita afirma que e escolha das escolas é feita a partir dos contatos que fez anda na faculdade. "Durante a disciplina de estágio do curso de Música, tive a oportunidade de estagiar na Secretaria Municipal de Educação. Lá conheci Simone Britcha, a responsável pelo setor de Artes da SME. Fizemos uma reunião e definimos alguns critérios para que ela e sua equipe selecionassem algumas escolas com condições de receber a estrutura do evento".
Ele lembra que um dos critérios era selecionar escolas que já tivessem algum trabalho efetivo com música e com professores de música atuando para poder preparar os estudantes para o evento, transformando-o, de fato, em uma aula expositiva previamente planejada, e não um simples atrativo musical para o fim do expediente escolar.
Quando fala num possível registro em CD do trabalho do seu Quinteto Maturi, Patrick Mesquita fala que é uma ideia futura. "Neste momento estamos em fase de divulgação do grupo. Entretanto, precisamos de recursos para esta gravação. Quem sabe no próximo edital poderemos viabilizar este segundo momento do projeto, se bem que minha intenção é mais educacional do que propriamente comercial. Como pesquisador, penso que seria interessante gravar chorinhos da nossa gente. Temos chorões talentosos e renomados, além de novos instrumentistas que estão surgindo a cada dia, compondo músicas nessa vertente", declara.
Quando avalia o projeto "Chorinho na Escola" e quais os planos futuros para o evento, o instrumentista cearense diz acreditar que vai "plantar mais sementes". Ele quer continuar tocando choro por aí e fazendo surgir interesse dos jovens por música e, principalmente, por música de qualidade.
"O plano futuro, e este é um sonho particular que tenho e que com certeza um dia se realizará, é fundar uma futura escola pública de chorinho em Fortaleza. Fazer mais ou menos aquilo que os festivais isolados de música em outras cidades fazem, mas de modo mais acessível e democrático. É bom lembrar não é só filho de rico que pode estudar música. A UFC está fazendo o papel dela, que é o de formar os profissionais da educação. Já temos profissionais para tanto, agora queremos mais espaço e possibilidades de se trabalhar com música e educação na cidade".
NELSON AUGUSTO
REPÓRTER
http://diariodonordeste.globo.